Mais uma enchente se adivinha nas margens do Atlântico e nos centros comerciais. Eu cá fico em casa a ver o sexy hot, em vez de andar em filas de trânsito com os miudos a fazerem caretas no carro em frente. Eu costumo mostrar-lhes a pila para evitar essa situação constrangedora por muito tempo. E aquele que andam a passear a sogra a ver se no Natal ela se descoze com uma televisão lá para casa? E os cãezinhos de plástico a abanar a cabeça? Eu, para me entreter, pergunto a esses bonecos, em voz bem alta, e com a cabeça fora da janela:
- Ó cãozinho, o teu dono é um filho da puta?
Eles dizem sempre que sim, sim, sim, sim.
Mas o que eu gosto mesmo é dos centros comerciais a abarrotar, cheios de pelintras que vão comprar uma panela de pressão de 3 contos a prestações e mais um CD do Toi, do Tony Caganeira ou de outro paneleiro do género, desde que tenha cabelinho "à foda-se" e fale sobre a França ou dos cornos que levou da mulher. Ou então um CD de uma dessas gajas que não têm nada ar de puta, sobrinhas de uma outra que só lhe falta cantar "podes ficar com o carro, com a casa mas não ficas com o meu vibrador que é bem melhor do que tu". Interrogo-me se não será culpa dele ou do seu porte de vaca que que nem com um balde de ostras eu lá ia. Esse mesmo porte de vaca que faz com que outras vacas comprem os CD's só porque se identificam com a sua história e com o facto de se terem deixado engordar 20 kilos nos ultimos anos.
Quero emigrar como o Bell e ir para países em que o dinheiro também sirva para cultura e não só para vinho, comida, futebol e putas. (em relação às putas, fiquei indeciso em classificar como cultura)
Até parece que os euros portugueses não são aceites nas bilheteiras dos teatros ou nos caixas das livrarias.
Este é o meu vizinho que todos os domingos e feriados vai passear a mulher e a sogra
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