O encontro
Na passada sexta-feira, o Pulha apresentou-nos um Cigano. Não sei qual seria a intenção dele. De qualquer forma, calcei as galochas e fui dar uma espreitadela. Achei curioso um post do dito cigano, em que ele elevava a alma cigana do cimo da sua burra face à vida mecânica que os gadje (não ciganos) levam: horas no trânsito, trabalhar feito camelo para comprar uma caixa de fosforos.
Caro amigo Cigano, se a puta da tua burra se lembrasse, incomodada com o animal que leva às costas, de ir dar pinotes para o meio da estrada e que, com isso, fosses bater com a mona no asfalto, quem é que tu achas que iria pagar o médico que te iria tratar dos cornos? EU, com os impostos que pago. A não ser que preferisses ir para a barraca para que te tapassem o buraco na tola com estrume de cavalo.
Sem dúvida que o espírito cigano é livre e que essa liberdade já escasseia na nossa sociedade em que todos os dias somos impelidos para um novo compromisso, crédito para a casa, crédito para o carro, dentista da mulher, colégio dos putos, aborto da amante, etc. Obviamente, apesar de ser mais fácil ir gamar para cobrir as despesas, os gadje, na sua maioria preferem trabalhar.
Se calhar em parte os ciganos estão certos. Para quê tantas merdas? Para quê oferecer à puta da mulher um vison se o mais natural era ela ser feliz apenas pelo facto de, nessa noite, não lhe escanar o focinho. Para quê ir jogar golfe se podemos jogar à malha com os filhos, principalmente com a filha de 12 anos do irmão.
Contudo, nunca poderemos fugir aos nossos compromissos da vida em sociedade. Temos de redistribuir o que temos, pagar impostos para ajudar quem tem menos, para fazer cumprir os principios da nossa Constituição.
Meu amiguinho, por mim serias livre como um pássaro se andasses por aí nas ruas a cheirar as flores, a ouvir o mar, a sentir os elementos, como tu o dizes, até te deixava urinar nos cartazes do Santana Lopes. É certo que não te levaria para casa como faço com os gatos ou cães vadios esfaimados, ou com as empregadas de loja do shopping, mas também não te chutaria, nem te cuspiria em cima. Mas a tua liberdade acabaria onde a minha começa e vice-versa. E se quisesses direitos, terias deveres e obrigações.
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