segunda-feira, setembro 22, 2003

O Triunfo dos Porcos
Este fim de semana tentei provar a mim próprio que não era racista. Era um desafio ao nível e tentar fazer-me crer que era o super-homem e poderia voar do alto da ponte da Arrábida, e mais, conseguir efectivamente voar.
A estória:
Sábado, estava eu num café em Leça da Palmeira (em frente à Sacor) que, estranhamente, começou a esvaziar-se dos seus habituais frequentadores. O fenómeno, após algum tempo, acabou por ser por mim decifrado: o sítio começou a encher-se de ciganos. Todos os seres humanos, à excepção de mim, dos donos do café e dos empregados fugiram ao ver ao ajuntamento que se formava de umas criaturas que emanavam um odor acre característico de uma total ignorância do conceito de banho.
Para além disso, falavam alto e numa língua completamente imperceptível com as bocas pejadas de dentes de ouro.
Passaram-me pela cabeça diversos pensamentos, entre os quais a solução para os problemas das touradas de morte em Barrancos: substituir os touros.
Eu lá fui ficando, de pedra e cal, afinal não é todos os dias que podemos estar no meio dos animais em perfeita comunhão. Ganhei coragem e pedi um hambúrguer. Porém, almocei com a sensação que estaria mais confortável se estivesse a comer mergulhado em merda até ao pescoço nos tanques da ETAR que fica ali por perto.
Mas, afinal o que é que eu estava ali a fazer? Afinal sou um cabrão de um racista, o que me dava o confortável direito de poder ir embora.
Contudo, saí derrotado e envergonhado por me sentir tão desconfortável junto a outros seres aparentemente humanos. Mas pelo menos fiquei a saber que não estou só. Todas as pessoas, dezenas delas, que foram de propósito até ao lugar ermo onde se situa o café (para quem conhece não existe outro café, ou outra habitação no raio de 1,5 km), entraram, olharam à volta e piraram-se. O engraçado é que , provavelmente algumas delas leriam este post e comentariam-no, apelidando-me do já familiar "cabrão racista".

Nenhum comentário: